Prometheus (2012) de Ridley Scott

Antes de mais nada, leia meu post especial sobre a Quadrilogia Alien.

Li algumas críticas e comentários jogados na internet sobre Prometheus quando ele estreou no cinema. Infelizmente, não pude apreciá-lo na grande tela, e o tempo passou. Aquelas críticas transformaram-se sutilmente em um preconceito dentro de mim, e eu perdi a empolgação inicial. Até que finalmente assisti, não esperando muita coisa além de um filme comercial querendo explorar a popularidade dos simpáticos aliens matadores de gente e sangradores de ácido corrosivo… E então, uma das sensações mais fantásticas do cinema me arrebatou: o filme é ótimo. Minhas baixas expectativas foram mastigadas e pisoteadas e jogadas longe, e em seguida me deram um tapa na cara, por me deixar influenciar pelas opiniões nada profundas que vejo por aí.

Elizabeth Shawn (Noomi Rapace) e Charlie Holloway (Logan Marshall-Green) são um casal de exploradores que encontra, em diversos povoados antigos da Terra, a mesma pintura de um gigante, apontando para uma constelação. Eles desenvolvem, então, uma tese de que o local para onde eles apontam seja um ponto específico no universo que pode abrigar segredos sobre a criação da humanidade. Peter Weyland (Guy Pearce), um idoso milionário obcecado pela imortalidade, investe financeiramente na dupla, pagando as despesas da viagem, bem como contratando um grupo de estudiosos que poderiam ajudar os exploradores. A tripulação da nave é composta, principalmente, pelo robô David (Michael Fassbender), pela misteriosa diretora da empresa de Weyland, Meredith Vickers (Charlize Theron) e pelo capitão Janek, (Idris Elba). No entanto, tal viagem os leva a um planeta desconhecido que pode conter seres extraterrestres não muito amistosos.

Ridley Scott, diretor apenas do primeiro filme da quadrilogia Alien, volta a este universo futurístico para contar um prelúdio daquilo que já vimos. E ele consegue. O suspense de ficção científica nos transporta minuciosamente para a densa atmosfera do filme de 1979. Ele é lento, arrastado e descritivo. Os ambientes são todos mostrados detalhadamente, sem pressa. Os personagens são apresentados e tentam demonstrar alguma personalidade própria, para não morrerem todos em vão e sem fazer nenhuma falta. As criaturas não são aliens como já conhecemos, mas nós sabemos desde o início que se trata do mesmo universo só pelo ritmo da produção.

A nostalgia dos antigos fãs é acariciada ao observarmos a mesa de jantar da nave, os trejeitos e a composição do robô, alguns cenários semelhantes aos filmes antigos e, principalmente, a última fala do filme.

Se você, assim como eu, estava com saudade da tenente Ellen Ripley (Sigourney Weaver), personagem feminina mais badass do cinema, ficará contentíssimo. Noomi Rapace dá vida à Elizabeth Shawn e não fica atrás de ninguém. Ela dá colhões, no sentido figurado. Se vê obrigada a lidar com uma situação de sobrevivência extrema sem nenhuma saída e com extraterrestres desconhecidos à solta. E com perdão do spoiler, mas ela dá um jeito. E torcemos por ela, como torcemos pela tenente Ripley  um dia.

Charlie Holloway, que interpreta seu namorado, está carismático o suficiente para não ser deixado de lado. Assim como os outros pesquisadores, mesmo com papéis de menor expressão na película. Podemos contar, ainda, com a força e a determinação de Idris Elba, mostrando o porquê de ser o capitão da nave.

No entanto, os nomes mais fortes e conhecidos deixam a desejar. Não por culpa dos atores, mas seus personagens mostraram-se um tanto fracos e despropositados. Guy Pearce interpreta um velho bem idoso, cheio de maquiagem, o que é muito dispensável na versão do filme que chegou aos cinemas, uma vez que a versão do diretor continha uma cena que o mostrava jovem, cortada posteriormente. Charlize Theron interpreta a misteriosa Vickers, e foi tão enigmática que ficou sem graça. Talvez nas continuações haja alguma explicação maior para seu papel.

Enfim, o DNA de Alien está em Prometheus, mesmo que não de forma tão declarada. Ninguém escancara nada, mas é possível perceber as referências, como já citei anteriormente. Este filme não deixa a desejar a ninguém e certamente não deveria decepcionar nenhum fã da série antiga, porque estamos de volta em Nostromo. E espero, pessoalmente, que seja mesmo o início de mais outros filmes, muito embora não seja necessário para a história.


“Final report of the vessel Prometheus; the ship and her entire crew are gone. If you are receiving this transmission make no attempt to come to its point of origin. There’s only death here now and I am leaving it behind. It is New Years Day, the year of our Lord, 2094. My Name is Elizabeth Shaw, last survivor of the Prometheus and I’m still searching”

Uma resposta para “Prometheus (2012) de Ridley Scott

  1. Pingback: Especial: Quadrilogia Alien | cinoir

Deixe um comentário