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Especial: Quadrilogia Alien

 

 

 

 

 

 

Leia também a minha resenha sobre Prometheus, o prelúdio dessa franquia.

Há um bom tempo eu queria fazer um post sobre um filme da série Alien. Então, reassistindo à Quadrilogia, eu cheguei à incrível conclusão de que simplesmente gosto de todas as quatro produções. Claro, umas mais que outras, mas ainda assim, é difícil manter o bom nível em uma série inteira. Conforme os anos passam e o cinema se modifica, alguns aspectos são perdidos, porém outros são adicionados. Confira brevemente meus comentários sobre os quatro filmes do alienígena mais apelão do cinema.

Obs.: Obviamente, fica difícil redigir sinopses de continuações sem spoilers, mas prometo não estragar nenhuma diversão.

Alien – Alien, o Oitavo Passageiro (1979) de Ridley Scott

Nostromo é uma nave cargueira que, após um período de coleta de material, estava retornando para casa. No entanto, eis que eles recebem um sinal desconhecido, aparentemente pedindo ajuda. É protocolo da empresa responder a qualquer sinal, e então eles vão até o planeta em questão verificar o ocorrido. Ao examinar o local, um dos tripulantes é atacado por um alienígena que se aloja em seu rosto e coloca um embrião em seu corpo. Para tentar salvá-lo, a tripulação leva o homem para e enfermaria… e, bem, já dá pra entender qual é o oitavo passageiro né?

O primeiro filme da série tem um ritmo muito desacelerado, bastante descritivo visualmente. A câmera faz diversas viagens pela nave, para mostrar a riqueza de detalhes e a direção de arte impecável, assim como a ambientação espacial ao qual os personagens estão acostumados. A produção é trabalhada quase que primordialmente no clima, e menos nas cenas de ação propriamente ditas. Até porque os efeitos da época eram um tanto toscos e limitados.

O meu preferido da série, ele é devagar e sombrio. Um primordial início de sequências. Não à toa, um dos mestres das continuações, James Cameron, resolveu escrever e dirigir o próximo filme da franquia…

Aliens – Aliens, o Resgate (1986) de James Cameron

Após os eventos do primeiro filme, a Tenente Ellen Ripley passa 57 anos hibernando pelo espaço, congelada, até, em um golpe de sorte, ser resgatada. Ao acordar, para seu desespero, ela descobre que o planeta onde surgiu o primeiro Alien está sendo colonizado. Após um pedido de socorro vindo de lá, a Companhia organiza uma equipe de resgate com militares, e convocam Ripley para ser uma consultora, tendo em vistas suas experiências passadas.

Muito mais longo que os outros, com quase 1 hora a mais de duração, James Cameron mantém o seu estilo: Cria bastante identidade para os personagens, por menores que eles sejam e escreve uma história bastante comercial, com muita ação, tiroteio, mortes e sangue. E uma sequência tensa de tirar o fôlego para fechar a trama com chave de ouro.

E, claro, sempre deixando espaço para outra continuação…

Alien³ – (1992) de David Fincher

A espaçonave da Tenente Ripley acaba por cair em um planeta pouco habitado que nada mais é do que uma grande estação penal de segurança máxima, na qual os presos são obrigados a trabalhar para cumprir suas penas. Assassinos, perigosos ladrões e estupradores vivem lá. Apenas homens, não veem uma mulher há anos, e a chegada de Ripley pode causar um alvoroço na rapaziada enquanto uma espécie diferente de Alien se esconde no local.

Eu espero ansiosamente para cada novo lançamento de David Fincher, como foi dito anteriormente neste mesmo blog. Penso que, dos quatro diretores diferentes da franquia, ele é sem dúvida o que faz filmes melhores. No entanto, o terceiro filme é o mais fraco deles.

Preso quase totalmente em uma única linha de ação, o filme é bastante limitado. A trama não envolve e parece bastante forçada da metade para o final. A passagem em que leva o filme para seu derradeiro final é longa, cansativa e confusa. Mas mesmo assim, possui uma conclusão absolutamente marcante que se dá em uma clássica cena do cinema.

Visualmente, os aliens já estão muito mais assustadores e bem feitos, provocando mais suspense nas cenas de perseguição e embate. Até porque, neste filme, os personagens não dispõe de arma alguma para se defender.

O fechamento da história praticamente elimina as chances de haver uma continuação, não fosse pela astúcia dos roteiristas do quarto e último filme…

Alien: Resurrection – Alien, a Ressurreição (1997) de Jean-Pierre Jeunet

Durante os três filmes, a “Companhia” vem buscando maneiras de conseguir um Alien para estudar e desenvolver novas armas biológicas, mas é somente neste último filme que a empresa consegue de fato.

Após 200 anos, eles finalmente obtém sucesso na criação de um clone infectado de Ripley.Então, os médicos retiram o embrião do corpo da tenente, mas ela surpreendentemente sobrevive. O laboratório cria a larva em cativeiro, que desenvolve-se numa rainha, e coloca novos ovos. Nesse meio tempo, Ellen Ripley mostra que não é mais um ser humano comum, mas que adota certas características híbridas de um Alien. Até aí, não é difícil adivinhar que “criar um monstro com sangue de ácido em cativeiro” não é coisa de gente responsável fazer.

O diretor de Amelie Poulain dirige a conclusão da franquia de uma forma bastante violenta, mas ao mesmo tempo bem humorada. Possui algumas piadinhas de humor negro, e umas outras de interação dos personagens. Tão ou mais peculiares quanto os do segundo filme, aqui eles criam diversas intrigas entre si, dividindo as atenções anteriormente focadas em Ripley. Até mesmo porque, neste último filme, ela não é bem ela…  Aliás, este é o ponto negativo da trama.

Em contrapartida, os aliens nunca estiveram tão ferozes e assustadores, uma riqueza de detalhes realmente arrepiante. Quase podemos sentir a baba deles escorrendo e o cheiro do seu hálito. Trememos a cada bradada nervosa que os bixinhos dão.

A estrela:

Sigourney Weaver está simplesmente brilhante em cada um dos filmes. No primeiro, bem jovem, ela é apenas uma garota muito corajosa que se vê obrigada a confrontar uma situação inimaginável. E se sai muito bem.

No segundo, após 57 anos hibernando, bastante madura e um tanto cética, ela é colocada à prova de fogo enfrentando o mais terrível Alien de todos. Em seguida, no terceiro, a personagem fica quase encurralada diante de estupradores, assassinos e tudo quanto é machão. Porém, a Tenente Ellen Ripley tem mais colhões que todos eles juntos.

No quarto filme da série, por ela ser uma forma híbrida, sua personalidade forte não está tão marcante apesar de bastante presente, mas no quesito atuação continua impecável.

A Quadrilogia Alien é aquela franquia de horror frequentemente referenciada em diversas produções da cultura pop, aquela sequencia clássica que o fã de cinema não deve deixar de acompanhar. Cada filme possui sua característica em especial, e todos são dirigidos por brilhantes diretores. Para coroar, os filmes possuem uma protagonista extremamente empolgante e talentosa.

E esqueça tudo que você sabe sobre “Aliens VS Predador”, por favor.

“Final report of the commercial starship Nostromo, third officer reporting. The other members of the crew, Kane, Lambert, Parker, Brett, Ash and Captain Dallas, are dead. Cargo and ship destroyed. I should reach the frontier in about six weeks. With a little luck, the network will pick me up. This is Ripley, last survivor of the Nostromo, signing off. ”